Ao ler a postagem sobre a "receita de inclusão" fiquei com muita vontade de comentar. De repente percebi que o comentário precisava virar postagem, pra abrir uma nova discussão.
Ao ler a postagem "receita de inclusão", pensei sobre a discussão do livro O que é deficiência, de Débora Diniz, onde a autora discute sobre a diferença do corpo com lesão para a deficiência, e coloca que esta é, em primeiro lugar, a forma como a sociedade reage ao corpo diferente, uma forma pouco sensível ao corpo que necessita de alguma assistência diferenciada.
Apesar do texto tratar especificamente da deficiência, parece estar falando da sociedade como um todo, para qualquer manifestação de autenticidade de pensamento e comportamento.
No caso da deficiência, ela traz consequências diretas na participação social do indivíduo, mas ao ler a "receita de inclusão" penso o quanto a padronização e o adestramento que a escola almeja também produz um número gigantesco de marginalizados, de excluídos.
A própria forma como o Estado pensa a inclusão na Escola acaba por reforçar a exclusão a qual as crianças estão expostas: Falta de preparação dos professores; falta de profissionais especializados para garantir que aconteça de fato uma inclusão social; falta de estrutura física e qualificação dos demais profissionais que atuam na escola.
A proposta de oferecer educação inclusiva nas instituições de ensino "normais" precisa ser pensada para além da presença de crianças deficientes nesses espaços. Precisamos garantir que elas aprendam dentro das suas especificidades. E esta luta não termina na escola.
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